A pandemia afetou todos os aspectos de nossas vidas e mudou as dinâmicas sociais. Tivemos que experimentar novas formas de trabalhar, de nos cuidar e até de como se relacionar. Foi um período de muitos desafios, mas também de muitos aprendizados que aceleraram uma série de transformações que vieram para ficar.

Descobrimos que há novas formas de trabalhar, saímos do modelo presencial e vimos que era possível executar nossas tarefas de qualquer lugar. Revimos nossas prioridades de vida e carreira e, portanto, ajustamos nossas rotinas. Agora estamos migrando para um modelo híbrido, que combina os dois modelos. Não é sobre continuar fazendo o que fazíamos antes da pandemia, nem mesmo continuar fazendo o que fizemos no trabalho remoto.  É sobre ressignificar o trabalho, remodelar e reconfigurar a forma como trabalhamos combinando as melhores práticas do modelo presencial com o remoto.

É preciso repensar o papel de liderança, rever como os líderes alocam seu tempo, foco e energia para gerenciar os desafios de negócio e de gestão de equipes. Neste cenário "pós pandemia" torna-se essencial potencializar algumas habilidades. O líder deve focar em desenvolver a si e sua equipe em:

Mentalidade experimental. Estimular novas ideias, fomentar que as pessoas pensem em formas melhores e mais simples de fazerem seus trabalhos, dar espaço para que  testem e experimentem. Cuidar para que o time não fique preso às velhas práticas e isso inclui experimentar novas formas de pensar e agir como líderes.

Inteligência emocional. Ficar atento ao termômetro emocional da equipe e ter consciência de como isso pode afetar as relações e o desempenho. Reconhecer as próprias emoções e o quanto está contribuindo para equilíbrio e a segurança emocional do grupo.

Antifragilidade. Ser capaz de se beneficiar e prosperar mesmo sob pressão. Não resistir à mudança e sim aprender com ela para sair mais forte, sábio, consciente dos desafios. Identificar e eliminar barreiras e obstáculos que possam levar a uma resistência do time à mudança. Manter diálogos abertos e transparentes, entender como apoiar cada um e o grupo para agir, em momentos de incerteza, com mais segurança, tranquilidade e abertura para o aprendizado.

Autogestão. É fundamental para alavancar o compromisso individual e coletivo. Ser exemplo de autorresponsabilidade e confiança em si e na equipe para ampliar a autonomia e a interdependência. As pessoas se responsabilizam e se comprometem mais se sentem que o líder confia nelas.

Autocuidado. As pessoas são mais importantes do que os negócios, sem elas não há resultados, por isso as relações precisam ser mais humanizadas. É preciso olhar para a saúde física e mental (de si, do time, de seus familiares). Os líderes precisam criar um ambiente onde as pessoas cuidem umas das outras e esse cuidado seja valorizado e respeitado.

Aprendizado contínuo Continuar aprendendo, desaprendendo, reaprendendo. Ter abertura para experimentar o novo, propor coisas novas e diferentes, criar um novo jeito de trabalhar. Ter conversas com o time sobre as lições aprendidas ao longo dos ciclos de projetos, desempenho, funções, ou seja, ser capaz de mostrar o aprendizado por trás dos desafios profissionais e estimular o aprendizado contínuo.

Comunicação: É preciso que todos estejam na mesma página, garantir  as informações relevantes para realizar bem o trabalho, ter engajamento e motivação. Cuidar da comunicação em todos os níveis e em todas as direções. Ser capaz de estimular quem traz à tona suas dúvidas, preocupações e incentivar novas ideias e sugestões.

Não há uma fórmula 100% garantida, porém sem funcionários saudáveis (bem-estar físico, financeiro, equilíbrio com vida pessoal, controle nos níveis de estresse, burnout e esforço), relacionamentos saudáveis (confiança na equipe, qualidade nos relacionamentos, segurança psicológica e colaboração) e ambientes de trabalho saudáveis (inovação, capacidade de resposta, desenvolvimento, oportunidade, receptividade e inclusão) não há como alcançar o sucesso.