Artigo
Benefícios da sustentabilidade para as empresas e perspectivas de ESG para 2022
Publicado em 25 de Maio de 2022 Suzana Tavares

O ano de 2021 trouxe para o mercado a incorporação de três letras conhecidas como ESG (Enviroment, Social e Governance), de significado bastante profundo e que cada vez mais encontram espaço e repercussão dentro das organizações. Por que este movimento muito impulsionado por Larry Flink, CEO da Black Rock, multinacional americana de gestão e investimentos é tão importante? Quais são seus benefícios? E quais são as tendências para 2022?

Voltando um pouco na linha do tempo, o termo ESG foi criado em 2005, no relatório intitulado Who Cares Wins (Ganha quem se importa, em tradução livre), liderado pela ONU, onde 20 instituições financeiras de nove países, incluindo o Brasil, se reuniram para criar recomendações e diretrizes sobre como inserir questões sociais, ambientais e de governança em serviços de corretagem de títulos, gestão de ativos e pesquisas relacionadas a esses assuntos. 

O termo ganha relevância na medida em que as organizações tomam para si o compromisso em gerar impacto positivo e se reconhecem como força expressiva na proatividade da mudança. Seguir altos padrões ESG gera melhores resultados para as pessoas, contribui na performance financeira das empresas, em mercados mais sustentáveis, assim como uma maior resiliência durante as crises. 

Outra vantagem observada é quanto ao posicionamento das organizações, sinalizando aos seus fornecedores, colaboradores, investidores e consumidores seu compromisso quanto às questões ESG. A sustentabilidade empresarial oportuniza uma gestão voltada a todas as partes interessas do negócio, a chamada gestão por stakeholders.                                   

As perspectivas para o ano de 2022 seguem no maior envolvimento junto aos três pilares. No viés ambiental, um engajamento e compromisso maior quanto às emissões dos gases de efeito estufa, com muitas empresas já zerando suas emissões até 2030 e fazendo uso de energias mais limpas e de maior responsabilidade no uso da água. Num momento de relações já muito degradadas com o meio ambiente é imperativo uma maior redução na geração de resíduos e de descarte consciente e, somente uma gestão baseada na inovação, é capaz de grandes transformações, incorporando a economia circular, em que produtos devem ser projetados para serem reutilizados e não descartados.

O aspecto social ganhou maior relevância com a pandemia ressaltando as desigualdades já inerentes neste pilar. A saúde mental dos colaboradores surge como um tema de destaque dentro das questões de bem-estar, assim como o acesso à tecnologia. A pauta da diversidade e inclusão continuará em evidência, com mais empresas de grande porte impulsionando as mudanças em todos os níveis da organização, com foco principalmente no alto escalão. O trabalho híbrido torna-se realidade, trazendo novas configurações de relacionamento entre colaborador e empresa, propiciando uma maior qualidade de vida, além de impactar diretamente nas questões ambientais com a diminuição nos deslocamentos.

Quanto ao pilar governança, a ética e transparência são temas centrais, principalmente num ano pautado com eleições. Uma cobrança maior quanto a comprovação das ações de sustentabilidade através de métricas críveis e mensuráveis, da mesma forma quanto a conduta nas relações não somente com colaboradores, mas estendendo para toda cadeia de fornecedores.

Um posicionamento mais engajado das organizações urge diante de consumidores – a Geração z, que demanda por um estilo de vida mais saudável e produtos mais responsáveis. Adoção de carros elétricos, o crescimento do veganismo e cadeia de valor com produção local são alguns exemplos desta demanda. Pautar no desenvolvimento de uma consciência coletiva não somente frente às questões ambientais, mas também diante das questões socioemocionais fortalece o sistema de forma exponencial. Afinal, somos corresponsáveis por tudo aquilo que construímos.

 

 

 

 


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