Artigo
Psicossocial é Reputacional: por que o RH precisa agir antes de 2026
Publicado em 16 de Outubro de 2025 Evandro Medeiros - PLBrasil Health&Safety

*Por Evandro Medeiros, Coordenador Comercial & Digital da PLBrasil Health&Safety


Estamos na reta final de 2025. E, se sua empresa ainda não começou a estruturar a avaliação dos riscos psicossociais, este é o momento de virar a chave.

A partir de maio de 2026, entra em vigor, de forma definitiva, a exigência legal de identificar, avaliar e tratar os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), conforme a NR-01 e em diálogo com a NR-17.

Não se trata apenas de cumprir mais uma norma.

Hoje, mapear os fatores psicossociais é também um gesto estratégico para proteger a reputação da marca, reduzir passivos e valorizar a gestão de pessoas.


Riscos psicossociais: um mapa invisível de perdas

Desgaste emocional, jornadas longas, metas irreais, ambientes tóxicos, assédio velado, sobrecarga de funções... Todos esses fatores afetam silenciosamente a produtividade e o clima da empresa.

A ausência de uma gestão preditiva sobre esses riscos pode resultar em:

  • Afastamentos por saúde mental
  • Processos por assédio ou danos morais
  • Dificuldade de retenção de talentos
  • Exposição pública da marca em casos judiciais
  • Penalidades fiscais e autuações em fiscalizações

Maio de 2026: o que muda?

O prazo de 2026 marca o início da obrigatoriedade nacional de incluir os riscos psicossociais no PGR e em sistemas como o eSocial (S-2240). O não cumprimento pode ser interpretado como descumprimento das NRs, abrindo margem para sanções, multas e até interdição.

O desafio é que não basta aplicar um formulário.

É preciso ter método, ferramenta, plano de ação e acompanhamento — respeitando os princípios de sigilo, escuta ativa e responsabilidade organizacional.


Reta final de 2025: um tempo estratégico para agir

Ainda dá tempo. Mas o tempo está acabando.

O último trimestre do ano é ideal para:

  • Iniciar o mapeamento com apoio de especialistas
  • Sensibilizar lideranças e gestores com palestras e treinamentos
  • Conectar as ações ao PGR, PCMSO e planos de saúde ocupacional
  • Definir políticas preventivas e ações corretivas estruturadas
  • Planejar a entrega das primeiras evidências para 2026

RH como ponte entre cuidado e estratégia

Para o RH, este é o momento de mostrar à diretoria que cuidar da saúde mental não é apenas uma campanha de setembro, mas uma proteção institucional permanente.

A apresentação desse projeto à alta gestão deve partir de três pilares:

  1. Conformidade legal – Estamos falando de uma exigência normativa com impacto fiscal e jurídico.
  2. Reputação empregadora – Marcas que cuidam de seus times têm menos rotatividade e mais atração de talentos.
  3. Decisões baseadas em dados – O diagnóstico psicossocial gera indicadores estratégicos para ações de clima, liderança, jornada e performance.

Conclusão: um risco silencioso, um movimento visível

Esperar o prazo final para correr atrás de laudos e documentos pode custar caro — em multas e em confiança institucional. Por outro lado, quem age agora se antecipa, organiza e lidera.

Como disse certa vez o professor e sociólogo Richard Sennett:

“Uma instituição saudável é aquela que escuta e se transforma a partir das tensões que ela mesma produz.”

 


Evandro Medeiros é Business & Digital Coordinator na PLBrasil Health&Safety, com mais de 10 anos de experiência em Gestão Comercial e Marketing. Pós-graduado em Marketing pela UNINTER e com formação executiva pela NEXT MBA, atua na interseção entre estratégia, comunicação e tecnologia. Entusiasta de inteligência artificial e inovação, lidera iniciativas que conectam crescimento sustentável, posicionamento de marca e transformação digital no setor de Saúde e Segurança no Trabalho.

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