
*Por Evandro Medeiros, Coordenador Comercial & Digital da PLBrasil Health&Safety
Estamos na reta final de 2025. E, se sua empresa ainda não começou a estruturar a avaliação dos riscos psicossociais, este é o momento de virar a chave.
A partir de maio de 2026, entra em vigor, de forma definitiva, a exigência legal de identificar, avaliar e tratar os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), conforme a NR-01 e em diálogo com a NR-17.
Não se trata apenas de cumprir mais uma norma.
Hoje, mapear os fatores psicossociais é também um gesto estratégico para proteger a reputação da marca, reduzir passivos e valorizar a gestão de pessoas.
Riscos psicossociais: um mapa invisível de perdas
Desgaste emocional, jornadas longas, metas irreais, ambientes tóxicos, assédio velado, sobrecarga de funções... Todos esses fatores afetam silenciosamente a produtividade e o clima da empresa.
A ausência de uma gestão preditiva sobre esses riscos pode resultar em:
- Afastamentos por saúde mental
- Processos por assédio ou danos morais
- Dificuldade de retenção de talentos
- Exposição pública da marca em casos judiciais
- Penalidades fiscais e autuações em fiscalizações
Maio de 2026: o que muda?
O prazo de 2026 marca o início da obrigatoriedade nacional de incluir os riscos psicossociais no PGR e em sistemas como o eSocial (S-2240). O não cumprimento pode ser interpretado como descumprimento das NRs, abrindo margem para sanções, multas e até interdição.
O desafio é que não basta aplicar um formulário.
É preciso ter método, ferramenta, plano de ação e acompanhamento — respeitando os princípios de sigilo, escuta ativa e responsabilidade organizacional.
Reta final de 2025: um tempo estratégico para agir
Ainda dá tempo. Mas o tempo está acabando.
O último trimestre do ano é ideal para:
- Iniciar o mapeamento com apoio de especialistas
- Sensibilizar lideranças e gestores com palestras e treinamentos
- Conectar as ações ao PGR, PCMSO e planos de saúde ocupacional
- Definir políticas preventivas e ações corretivas estruturadas
- Planejar a entrega das primeiras evidências para 2026
RH como ponte entre cuidado e estratégia
Para o RH, este é o momento de mostrar à diretoria que cuidar da saúde mental não é apenas uma campanha de setembro, mas uma proteção institucional permanente.
A apresentação desse projeto à alta gestão deve partir de três pilares:
- Conformidade legal – Estamos falando de uma exigência normativa com impacto fiscal e jurídico.
- Reputação empregadora – Marcas que cuidam de seus times têm menos rotatividade e mais atração de talentos.
- Decisões baseadas em dados – O diagnóstico psicossocial gera indicadores estratégicos para ações de clima, liderança, jornada e performance.
Conclusão: um risco silencioso, um movimento visível
Esperar o prazo final para correr atrás de laudos e documentos pode custar caro — em multas e em confiança institucional. Por outro lado, quem age agora se antecipa, organiza e lidera.
Como disse certa vez o professor e sociólogo Richard Sennett:
“Uma instituição saudável é aquela que escuta e se transforma a partir das tensões que ela mesma produz.”
Evandro Medeiros é Business & Digital Coordinator na PLBrasil Health&Safety, com mais de 10 anos de experiência em Gestão Comercial e Marketing. Pós-graduado em Marketing pela UNINTER e com formação executiva pela NEXT MBA, atua na interseção entre estratégia, comunicação e tecnologia. Entusiasta de inteligência artificial e inovação, lidera iniciativas que conectam crescimento sustentável, posicionamento de marca e transformação digital no setor de Saúde e Segurança no Trabalho.