É importante escutá-las e estar sempre atento para oferecer ajuda, quando necessário”, comenta Geovana Pavanelli, Gerente de Pessoas e Cultura da Sofist
“Imagine você assumir para a sua liderança que está com problemas de organização no trabalho. Seria praticamente assinar uma carta de demissão”, é o que diz Heloisa Monteiro, Analista de Recrutamento e Seleção da Sofist que, há 1 ano e seis meses, recebeu um diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Aos 34 anos, Heloisa sentia uma tristeza profunda. A falta de foco afetava tanto a sua vida pessoal quanto profissional. Sua insegurança e medo de errar eram tão grandes que, até simples decisões, como escolher uma marca de arroz no mercado, eram desafiadoras para ela. “Eu começava a fazer uma tarefa, mudava para outra e não concluía nenhuma. Porém, finalizava o dia com um cansaço mental enorme, como se eu tivesse feito uma tese de mestrado. Costumo dizer que eu estava só existindo, sem nenhum objetivo ou motivação”, relata a analista.
Em 2021, quando ingressou na Sofist, a profissional de Recursos Humanos participou de um encontro de integração entre os times. Um dos colaboradores descreveu os desafios vivenciados em sua vida pessoal e como lidou melhor com situações cotidianas após o diagnóstico de TDAH. Isso despertou em Heloisa o desejo de procurar ajuda. “Ouvir o relato de outra pessoa foi uma sensação de alívio, pois foi a primeira vez que consegui visualizar uma situação real e pensar ‘isso não acontece só comigo’. Faz um ano e seis meses que estou nesse processo de autoconhecimento e está mudando praticamente tudo na minha vida”, conta.
Hoje, com 36 anos, Heloisa está feliz em seu trabalho, onde acredita que o acolhimento, inclusive da liderança, tornou tudo diferente do que ela imaginava. Conseguindo desempenhar plenamente suas funções, ela já mira um novo foco na sua carreira, no segmento de Desenvolvimento Humano e Organizacional. “Após todo o tratamento e acompanhamento, eu consegui ser reconhecida por realizar um trabalho que é a ‘minha cara’”, explica a profissional.
O mercado de trabalho para os neurodiversos
Ingressar no mercado de trabalho sendo uma pessoa neurodiversa não é fácil. De acordo com o IBGE, 85% dos brasileiros que possuem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão desempregados. Segundo os dados do próprio Instituto, no Brasil existem cerca de 2 milhões de autistas, ou seja, apenas 300 mil possuem uma ocupação profissional.
Embora existam leis de inclusão que buscam garantir a presença de pessoas neurodiversas no mercado, como a Lei nº 12.764/12 e a Lei nº 13.146/15, muitas vezes, as empresas não estão preparadas para lidar com as especificidades de cada indivíduo, que, em certos momentos, precisam de determinadas condições para exercer sua função de maneira confortável.
É o caso do Felipe Sales, Assistente de Testes Funcionais da Sofist que, há menos de um ano, foi diagnosticado com autismo. “Eu não consigo ficar mais do que cinco minutos dentro de um metrô lotado, com as pessoas me cutucando com o cotovelo, isso me causa um desconforto surreal. Acho que a maioria das faculdades que eu abandonei e dos trabalhos que eu acabei sendo demitido por falta, ou então que eu pedi as contas, foram principalmente por causa do metrô. O transporte público é uma dificuldade que eu tenho até hoje, se eu puder evitar ao máximo, eu evito”, relata Felipe.
Felipe descobriu a sua condição quando decidiu mudar de carreira e migrar para a área de tecnologia. Para isso, precisaria voltar a estudar. Foi então que, durante esse processo, percebeu que tinha uma dificuldade acima do comum para assimilar os conteúdos. Assim, decidiu buscar tratamento com um psiquiatra e um neuropsicólogo, que lhe deram o diagnóstico de autismo. “Para mim foi uma coisa muito chocante, eu não aceitava, até pela questão de preconceito, de achar que o autismo só inclui pessoas que precisam de suporte muito elevado, que não conseguem fazer nada sozinhas. E, depois de muita leitura, de tentar assimilar tudo isso, eu fui descobrindo que existem vários graus e, inclusive, existem pessoas que passam a vida inteira sem receber um diagnóstico”, conta Sales.
O cuidado com a condição foi a chave para que Felipe pudesse concluir o seu objetivo e se tornar uma das sete pessoas que conseguiram ingressar na Sofist este ano por meio do STA, programa para desenvolvimento de novos talentos da área de TI da empresa, enfrentando uma concorrência de mais de 3.500 inscritos. “O primeiro passo para a empregabilidade é o tratamento, sem sombra de dúvidas. Eu tenho certeza que, se eu não estivesse em tratamento, não teria passado no STA. Não conseguia ler duas, três páginas de um livro sem esquecer. Hoje, eu vejo os benefícios da decisão de ter tomado essa atitude de procurar ajuda” complementa Felipe.
Além de ter conseguido ingressar na área de tecnologia, que era um desejo antigo, hoje Felipe também se sente mais confortável com o trabalho 100% home office oferecido pela Sofist, evitando o antigo problema que enfrentava com o transporte público. “Eu me descobri na questão do home office, está sendo algo muito bom pra mim. Achei que teria um pouquinho mais de dificuldade, mas não, tem sido bem fácil a rotina de acordar, ter um horário para entrar, outro para almoçar e depois sair. E o bom é que a Sofist me aconselha a isso, a fazer o meu horário, ainda que eu esteja somente estudando no momento, por conta do STA. Até porque, se dependesse de mim, eu faria tudo em um dia só, o que não é o ideal”, explica o Assistente.
A neurodiversidade na Sofist
A gestão humana que a Sofist oferece para os seus colaboradores ajuda a empresa a manter um ambiente confortável para as pessoas neurodiversas. Para isso, a companhia faz acompanhamento com ciclos de feedback, avaliações de desempenho e disponibiliza o uso de ferramentas para a organização do trabalho, de acordo com a necessidade de cada funcionário.
“Acredito que o ideal para lidar com pessoas neurodiversas é tratá-las de acordo com suas especificidades. Cada uma possui alguma característica única que pode ajudar a mantê-la mais confortável dentro do ambiente de trabalho. É importante escutá-las e estar sempre atento para oferecer ajuda, quando necessário. Também é fundamental falar sobre o tema. Por isso, aqui na Sofist estamos sempre promovendo encontros e conversas sobre diversidade, saúde emocional, incentivando a prática de atividade física e oferecendo acompanhamento psicológico a um custo reduzido, por meio de nossas plataformas parceiras”, explica Geovana Pavanelli, Gerente de Pessoas e Cultura da Sofist.
Essas atitudes são reconhecidas e valorizadas pelos colaboradores. “Desde a minha liderança até o CEO, foi identificado e valorizado um potencial em meu trabalho que nem mesmo eu reconhecia. O resultado dessa parceria é aumentar as nossas conquistas, uma vez que um entende o modo de trabalhar do outro. A Sofist se tornou a minha rede de apoio”, cita Heloisa
Felipe compartilha da mesma opinião. “A companhia tem essa cultura do cuidado com as pessoas muito impregnada e isso, ao meu ver, é a principal característica para tornar um ambiente confortável para uma pessoa neurodiversa. Contando comigo, entraram sete alunos no STA, e é unânime, mesmo quem foi para outro setor acha que a parte da comunicação e de se preocupar com o bem-estar de todos é algo fora do comum. Eu acredito que a Sofist poderia ser um exemplo para as outras empresas nesse quesito”, ilustra o assistente de testes.
Sobre a Sofist
A Sofist é uma boutique de serviços profissionais em engenharia de qualidade. Suas soluções permitem que empresas promovam iniciativas digitais com velocidade e confiança, evitando que pressões por evoluções técnicas prejudiquem a experiência dos usuários. A Sofist está há 14 anos no mercado e atende empresas como Magazine Luiza, Whirlpool, DMCard, Livelo, Via e Webmotors.